Mãos Brancas
Foi
difícil chegar aqui, então eu não desmorono,
A
vida leva alguns, mas alguns não me abandonam,
E
minhas mãos até então negras vão assumindo outra cor,
É
perdoando que se é perdoado, vivendo na alegria e na dor.
Mãos
brancas, enfim eu posso te retirar um sofrimento,
E
patas de um coelho acima de céu e firmamento.
Eu
digo sim: eu nunca quis sofrer,
Tenho
medo da minha doença e às vezes de me exceder.
Tirei
as luvas, estou tentando controlar minha obsessão,
Enfim
eu enxergo meus erros e minha total incompreensão,
Não
foi desta forma que queria poder ver,
O
que me cerca neste fascínio por ser.
Ser
alguma coisa, alguém, fazer em algum lugar,
Uma
obra prima, um futuro brilhante, um projeto lunar,
Criar
uma arte, mais arte do que alguém já viu,
Enfim
eu enxergo, não sou nada e ninguém insistiu,
Para
eu ficar um pouco mais ou em algum momento,
Um
pouco mais ácido, demonstrar um pouco mais de talento,
Eu
sempre fugi daquilo que não podia controlar,
Então
chegou a hora de abrir meus olhos e enxergar,
Eu
posso querer que tudo esteja programado em determinada hora,
Mas
deixar tudo se indo, sem dar nenhuma mesmíssima bola?
Esta
desculpa já é antiga, lá do meu tempo de escola,
“Um
avião sem assas é lógico que não decola”.
Eu
peço perdão se errei em alguma coisa neste ano,
Neste
mundo, neste instante, às vezes banco o insano,
Perco
meu sono falando com unicórnios e coelhos,
Às
vezes isso me ajuda a aceitar os meus defeitos sem ouvir conselhos.
E
quase por fim eu vi que não posso mais acreditar em nada,
Minhas mãos estão brancas e meus pés pisam forte na estrada,
Um ano em uma vida nos modifica e transforma,
É coisa de gente louca que acredita e dá forma:
“Ou criamos um belo mostro, ou um mostro nos devora!”.
By:
Não sei.
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