Amargura
Amarguei
a boca. Posso pensar no pior em um instante.
Três
minutos são mais do que suficientes:
Uma
dose de drogas do tamanho de um elefante,
Um
remédio para dormir para pessoas dementes:
“Abra
sua boca e me mostre seus dentes!”
“Senhor
Coelho, para onde estou indo?”
“Não
demonstre fraqueza, continue sorrindo!”
“Mas
e se o caminho for difícil, e se cair e não puder me levantar?”
“Às
vezes é mais fácil o caminho quando se tem alguém para ajudar!”
“E
quem pode me ajudar assim tão fácil, sem alguma lição?”
“Eu,
o senhor coelho, preso em minha toca no seu coração!”
“Mas
se meus olhos permanecerem fechados para sempre,
E
meu coração tão amargurado insistir em dizer,
Que
o meu caminho não é mais o iluminado?”
“Ilumina-te!,
Ainda a muito para se fazer!”.
“Como
Senhor Coelho? O que você pode fazer?”
“Eu
posso ligar para o presidente apertar um botão,
Lançando
um míssil que mate um quarto de toda população!”
“Mas
Senhor Coelho, o que posso dizer sobre o fato?”
“Apenas
continue sorrindo, mostrando coragem se não eu lhe mato!”
Amarguei
a boca. Acordei do pior por um instante.
Longas
horas se passaram e aqui tudo ainda é igual.
Mais
uma dose de drogas do tamanho de um elefante,
Olhando
nos meus olhos: “Perdemos o sinal!”
“Capturamos
uma nova vida estranha ao nosso planeta!”
“Ele
está acordando, toquem todas as trombetas!”
“Ainda
estamos sem sinal, ainda não podemos confirmar nada!”
Amarguei
minha boca, minha mente me pregou uma cilada,
Não
penso em mais nada, não quero mais nada, confirmar nada...
Entrei
neste jogo? E agora por qual estrada?
Encruzilhada.
Sim. Encruzilhada.
Amarguei
minha boca, relaxe seus músculos.
Relaxe
sua mente, “aceita um chá?”
“Ei
falei com você!, Aceita mais chá?”
“Senhor
Coelho, fiquei preocupado, o que me aconteceu?”
“O
que sempre acontece com as pessoas. Você se perdeu!”
“E
onde estou agora? Isso tudo é real?”
“O
real não existe, e você é especial!”
“E
qual é o preço de tudo isso que você está me mostrando?”
“O
preço? Que preço? Você está duvidando?”
“Eu
estou colocando apostas altas neste jogo!”
“Eu
gosto de apostas, mas fale com o lobo...”
Amarguei
minha boca. “Por que precisam prender meus braços?”
Meus
olhos estão fechando e Deus sempre esteve presente.
O
meu corpo pesa após tantas derrotas e fracassos,
Deram-me
para dormir um remédio para gente demente.
“Então
você está aí não é Senhor Coelho?”
“Você
deve estar enganado... Eu não sou o Senhor Coelho?”
“Tentando
mentir para mim? Eu sou um lobo velho neste mundo!
Nada
se esconde dos meus olhos, nem mesmo em um abismo profundo!”
“O
meu Deus eu sou o Senhor Coelho! E o Senhor Coelho sou eu!
Eu
não estou ficando louco! Eu sou aquilo que ele me prometeu!
Posso
perder todo o meu tempo, divagando sobre o prêmio Nobel!”
“Você
deve tudo que tem ao velho clã deste lobo solidário!
Não
tente fugir, muito menos enganar, nunca fui otário!”
Acordando
um, dois, três... “Perdemos o sinal com a Terra!”
“Minus, Pinus, Sinus, Linus”
“Mars, mars, mars, stars!”
“Minus, Pinus, Sirinus, Linus”
“Mars, Lars, Mars, Stars”
“Não
podemos mais enxergar de onde vem tanta luz!”
“Esse
pode ser o nosso fim!”
Acordando
no um, acordando no dois, acordando no três...
“Os
alienígenas nos abduziram! Mars, Sirinus!”
“Ele
não está respondendo, tente mais uma vez!”
“Acordando
Senhor Coelho!” “Um” “Mars, Sirinus” “Dois” “Demente” “Três”.
“Ele
voltou a vida!” “Está acordando!”
Acabei
de sonhar que estava com minha boca amargurada,
E
que não tinha mais solução para nada,
E
que por mais que tentasse tudo sempre dava em uma encruzilhada,
E
quando vi já era passado da hora de tomar o meu chá,
Então
fiz questão de ligar para o senhor presidente apertar o botão,
Não
que a amargura me deixe com uma sensação má,
Mas
queria ver o mundo zerado na destruição.
Bom,
obrigado por me fazerem voltar a vida,
Mandem
lembranças para o lobo.
Atenciosamente,
Senhor Coelho!
Feito
em 07 de Dezembro de 2013.
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