Tentativa,

Não há estima, não há result-ação. Neste relato vazio de sentimento, há perda. Perdi meu amor. Perdi tentando. Porque tentei, como tentei! É um oceano beirando minha praia sem areia e deserta [solidão]. Descontruo, mas não há o que fazer quando se perde o amor que pensa “para sempre”. Eis o tempo, e dele o punhado de coisas que tento. Enche o peito, enquanto fecho os olhos embaixo do chuveiro – há solidão e água em movimento, como as ondas da praia que sempre iam e vinham e hoje tratam de ir sem chegada. Pois houve chegada, em outra ilha sem continente, sem narração poética e tentativa. Tento ser forma, tento ser poesia, tento ser palavra – e na tentativa me transformo em nada. O peito desmorona, pois perdi o amor. E nesta melancolia, passam-se os anos e o fato se faz presente na ação do café, do resultado das práticas e dos discursos.

 

By: Vinicius Osterer

Feito em 02 de Agosto de 2021.

Francisco Beltrão – PR.


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