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Eu decido? Tomei para mim o peso das escolhas e responsabilidades. Não posso jogar para cima e sortear aquele que irá receber tudo aquilo que eu ainda não sou - mas decido. Passam minutos, conto o tempo, organizo as ideias - há uma linha reta. Não consigo organizar um desenho, pois estou desorganizado demais para dar forma ao vazio no papel. Decido: o papel ficará em branco. Me deu branco, preto, azul e vermelho... Há organização na desordem, então não sofro. E passo a me organizar novamente, mesmo não acreditando mais que as coisas não são pré-deterministas ou pré-determinadas - uma pétala de mau-me-quer, bem-me-quer. Ninguém observa o oceano dos meus olhos. Sou turvo, então me calo. O papel ficará em branco, eu também. Não nasci para ser estrela, sou complicado - desaprumo e sofro. emprego sobre mim os castigos que tanto assisto nos seriados e filmes. Construo pensamentos ou os pensamentos que me constroem? Determino: você fica, você não. Decido comprimir os pensamentos que são feridas - os lapsos de memória que sangram - sem êxito. Até o fim do dia terei um punhado de derramamento de sangue, saindo de mim até o papel. O papel ficará em branco? E eu? O que eu farei de mim? Decidi que sou eu que decido. Entrei em um "loop" e não tomo mais nenhuma outra decisão. 

Vinicius Osterer, 16 de Dezembro de 2020, Pato Branco - PR.

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