CHEGA!

 
Eu tomo um gole de café e dou um passo para trás. É estranho como sempre consigo sabotar a minha própria felicidade. E digo isso com muita certeza... Minha insônia está atacando minha ansiedade. Acordei de tarde e aceitei mais um desafio daqueles que me fazem perguntar por quê preciso destas coisas para provar que tenho o mesmo valor do que qualquer uma? Faço, faço, procuro, tento inovar em tudo... Mas parece que isso é como o gole do meu café, me fazendo dar sempre um passo para trás. É como se estivessem fechados os caminhos, ou coisa assim... E bem sei que não estão. Eu sei que as coisas são construídas, e eu tento cada dia mais construir mais e mais... E me vem aquele velho sentimento de apenas sentar no vale das bonecas, com um buraco no peito, escolhendo qual fantasia usar... E me machuca, pois ao contrário do que se pensa não são fantasias mas sim EU. Pedaços de mim... Sucatas que tento juntar para fazer meu TODO. Eu machuco todos de uma forma brutal... Talvez afaste-os, porque esteja sempre na defensiva, e não sou assim... Eu não sou assim.... Talvez tenha sido reflexo das minhas incapacidades e medos. Sabe, aquelas coisas que ainda não sentei resolver comigo mesmo. Estou em pleno surto, na casa do meu pai em Beltrão, em quarentena... Eu estou sobrecarregado de mim. Talvez preciso dos meus remédios e terapia... Meu último namorado levou com ele o último pouco de sentimento que eu ainda tinha. Tenho um circo para erguer a lona colorida, um livro para construir, uma vida mais saudável para buscar. Ao contrário do que existe neste lugar (quando me sobrecarregava e tentava tirar minha vida) desta vez será o golpe fatal naquilo que temo, sair debaixo da coberta e da escuridão da noite... Chega de falsos idealismos e queixas repetitivas sobre a mesma coisa. Só agora entendi o valor daquilo que eu represento... E não vou mais diminuir nada que eu faço. Para tudo que produzir junto do resultado farei um mega evento... Chega de vitimismo e melancolia. Chega de deixar ir por minhas desculpas amargas. Me engole ou surta... Mais um gole de café, imóvel, parado. Não vou dar nenhum passo na negativa!

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