Inércia Prolongada

Um corpo sem o “me amar”,
Tende a frequentemente entrar,
Em inércia prolongada.
Movimento ou em parada,
Até uma força externa dizer chega!
Desliga o movimento constante,
Saía do repouso mude e cante,
Escreva uma poesia sobre a cor dos seus próprios olhos.
Eles são como...
Duas fatias de melão,
Esfregar bem a mão com sabão,
E não deixar de seguir as regras de manutenção de fábrica!

Na colisão da virada de era,
Indo contra o para-brisa da Terra,
Que uns imbecis ainda defendem não ser redondo.
Colorindo e repintando,
Os espaços que não cabem matéria para resistir com inércia.
Sem controle, sem ganho, sem gasto, sem modéstia...
O jovem poeta renovado e descalço,
Pulando e celebrando um espaço,
Apontando para onde quer ir...

E há tanto lugar para se ir consigo e por completo!
De preto, de azul, rosa metálico e indiscreto...
Pular o carnaval com Glitter sintético,
Admitindo toda a dor do movimento profético,
De dois mais dois é perigoso!
Não resisto a cor do céu leproso,
Dos fios dos meus olhos prolongados.
Para todos os sabores provados,
Pela primeira vez eu tenho medo da fome...
Porque não sei mais do que eu me alimento...
Se de mim ou se de vento,
Sei quem não sou por um momento
E no outro paro e me arrebento,
Contra tudo. 
Sou essência. Sou nada, um absurdo!
Couve e brócolis, batata assada e recheada.
Uma travessa cheia de sabor das minhas costas e encostas,
Das minhas marés e cicatrizes expostas.

Um corpo sem o “me amar”,
Tende a frequentemente entrar,
Em inércia prolongada.

By: Vinicius Osterer
Feito em 27 de fevereiro de 2019.

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