CIGANO

Ontem no banho me tornei desprezível,
Apaguei tudo que sempre foi visível,
Remodelei aquilo que sou.

Na sexta eu desapareço e desapego,
Com meu copo de cuba na mão,
Revolucionando com a semana,
Com gelo e vodca uma conspiração.

No sábado eu viro um DRAGão,
Coloco um punhado de coisa sintética,
Um bocado de simetria e conceito,
Amarrado dentro da minha estética.

No domingo estou de resseca, então pula.
Na segunda eu não vivo, a destrua...
Na terça começo a tecer outro verso,
Sobre como me livrar do carma reverso,
De ter que ser atormentado pelos problemas.
Na quarta eu mudo de cidade,
Na quinta esqueço minha identidade,
E na sexta eu desapareço e desapego,
Com o celular em casa desligado,
Amar o que é transviado,
Sem deixar de ser um cigano.

By: Vinicius Osterer
Feito em 17 de fevereiro de 2018.

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