Indiscreto
Já
andei pelas ruas me sentindo um lixo,
Um
grande lixo, feito de uma grande merda.
E
para mim será que isso ainda faz sentido?
A
autoestima tão amena, também pudera...
Sou um punhado de cabelos secos e vermelhos,
Sou um punhado de cabelos secos e vermelhos,
Sou
os vazios e tenho quase tão pouco,
E
todos os reflexos nas vitrines e nos espelhos,
Com
aquelas vozes tão altas que me deixavam louco.
Mas
aprendi a fingir que isso não me afeta,
Que
isso é coisa passageira do momento,
De
uma forma peculiar e tão indiscreta,
Eu
estou tentando tirar algum proveito.
O
que é ser bonito? O que é o amor?
É
um corpo definido?
Ou
a incerteza de uma cor?
Não.
Não posso mais dizer que isso não me afeta.
A
sua perspectiva não me faz nada bem.
Estou
vivendo em um estado de emergência e alerta,
Em
uma imagem aonde eu posso ir além...
O
ser humano é um bicho barulhento,
São
risadas, são coisas que não me inspiram.
O
ser humano me parece tão imundo e nojento,
São
olhares e coisas a mais, vocês conseguiram:
“Estou
mais feliz e receptivo para o meu lado negro,
Estou
mais satisfeito agora.
Quando
acordei hoje um pouco mais cedo,
Foi
só por Deus, minha Nossa Senhora”.
Eu
acho melhor e menos extravagante e barulhento,
Um
bicho estranho que preenche os espaços,
E
o que eu considero normalidade aqui por dentro,
Está
seguindo o escuro e contando os passos,
Enfim,
acho que o meu silêncio é melhor,
Do
que tantas palavras altas e estranhas,
E
os meus cabelos vermelhos me trazem sempre o melhor,
Dos
olhares indiscretos e das incertezas nas minhas entranhas.
Mas
eram de um colorido tão bonito,
E
o meu silêncio era tão grande quanto minha alma.
Eu
cansei de perseguir um Deus ou um mito,
Eu
sou um furacão, mas estou com tanta calma,
Enfim...
Hoje eu estou mais satisfeito com isso...
No
escuro e no meu colorido,
Eu
nem sei mais para qual lado.
Pare
e escute bem o que eu digo,
Eu
nem sei mais o que é pecado,
O
inferno é aqui, e eu não lhe vejo,
E
se lhe vejo, eu lhe desejo,
Se
lhe desejo eu lhe quero,
E
eu não mais lhe vejo, aqui sim é o inferno,
E
o diabo sou eu mesmo e eu moro aqui,
Dentro
de um texto indiscreto, esperando você me ler.
Estou
cansado desses bichos barulhentos por aí,
Querendo
só ter e só ter e mais ter.
Milhares
de espaços me separam do que você já viu,
De
tão indiscreto o meu cabelo caiu,
E
a minha autoestima só faz é acabar,
O
que é o amor? O que é amar?
Já
andei pelas ruas me sentindo um nada,
Um
grande lixo, feito de um grande vazio.
Eu
cansei de toda esta palhaçada,
Estou
em recuperação deste terror sombrio.
By:
David Bowiekowski
Feito
em 26 de outubro de 2015.
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