Escolhas Erradas

Feito em 27 de Dezembro de 2014...
Por mais uma vez eu me enganei por um sorriso barato,
Não me atentei para o tamanho deste fato,
E não soube medir quais seriam as consequências.
E por mais uma vez eu tomei remédios e quase me mato,
Por que não aguentei e eu estive farto,
Eu não conseguia mais tomar boas providências.
Por mais uma vez eu me interroguei sobre as escolhas erradas,
Por todas as decisões que já haviam sido tomadas,
E questionei a minha existência no universo.
E por mais uma vez eu utilizei as palavras já usadas,
Com todas aquelas letras perfeitas e contadas,
Para poder compor para mim um grande verso.
E do que irá me adiantar ter alguma moral,
Sem ter uma grande história para o final,
Sem ter a mesma vontade que eu já tive de viver?
Eu simplesmente cansei de ser o errado e banal,
Que não busca por nada que seja real,
Eu simplesmente já perdi a vontade de fazer tudo valer.
Isso não tem mais nenhum sentido para mim,
Isso não pode mais agregar e pesar assim,
Porque eu luto contra as minhas escolhas erradas.
E nunca mais eu poderei lhe dizer um sim,
Por que tudo isto para mim teve um fim,
Tranquei as janelas e as portas foram fechadas.
Existe em mim um templo. Que é sagrado como o corpo de Cristo,
Vale muito mais à pena pular para um precipício,
Do que brigar por coisas que se passaram.
Se não for pedir demais, deixe-me em paz com o meu vício,
Escrever já é um suplício, é um sanatório ou um hospício,
E todo aquele tempo, e toda aquelas palavras acabaram.
Foram belas as palavras que um dia lhe amaram,
Mas que agora libertam e agora desamarraram,
Suas mãos estão livres, o seu corpo agora é seu,
As promessas que existiam não chegaram, o amor morreu.
Eu quase cometi um suicídio social e não da vida,
Por que acreditei cegamente que esta seria a saída,
Mas havia outras opções para escolha.
E por agora toda palavra escrita e lida,
Toda ideia criada e tão bem desenvolvida,
Encheram um texto e cresceram em uma folha.
Por mais uma vez eu senti o vento sem dominação,
Que saiu da boca feroz de um leão,
E não existe mais motivo para escrever.
Cegamente e novamente eu escolhi a libertação,
Chega de escolhas erradas, chega de ouvir o coração,
Ainda tem tanta coisa para acontecer.
Eu demorei a entender que está é a minha maneira de agir,
Demorei mais aprendi que ser estranho também é evoluir,
É estar por cima de um paradigma e não poder fugir,
É escolher coisas erradas, mas levantar quando cair,
Escrever causa algumas perdas, imperceptíveis e normais,
Comi uma sopa de letrinhas, meus extintos canibais.

By: Sebastien Cavendish

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