Espíritos

Paginas em branco do meu grimório.
Um novo momento que eu ainda imploro.
Vazia existência do meu lado negro.
Sou dos anos 50, do começo do progresso,
Da ostentação do que é o sucesso,
Dos filmes excepcionais de terror.
Mal grato pelas doses dos remédios,
Para curar todos os meus tédios,
E para apaziguar tanta dor.
Usando uma máscara de cera envernizada,
Tomando uma porção de ervas ancestrais,
Invocando algumas das grandes feras passadas,
Dos seres mitológicos e espirituais:

“Intuição, sim eu sou grato,
Coloco os pés no meu sapato,
O caminho é extenso para chegar.
Pensar é sempre fazer o sensato,
Saber quando é o momento exato,
De juntar os cacos e se levantar.”
As páginas em branco ganham linhas escritas,
E se vai caminhando deixando algumas pistas,
De como foi que sobrevivemos ao caos.
E se vive do presente conquistado,
Do amor que é para sempre e imutável,
Da felicidade de dividir o fardo com seu outro alguém.
A vida só é sua e de mais ninguém.

Erga seu rosto pela sua felicidade,
Não a nada há temer nesse momento,
E nada mais pode lhe afetar nem mesmo a maldade,
E esse será apenas um começo.
Sorria mostrando os seus dentes,
Quebre com os velhos paradigmas,
Não existe solidão, existe o amor e a música,
Mova-se, liberte-se, fascinação total e lúdica.
Levante-se e caminhe.
Levante-se não definhe.
O que tiver que ser é o que será.
Erga sua cabeça para a vida,
Andando cheguei anda queria estar.

E se ouvem os velhos lobos uivando,
E os poucos os espíritos ancestrais iam chegando,
Os velhos guerreiros de outro plano espiritual,
Uma experiência fascinante e anormal.
E quem disse que deve ser assim ou assado?
E quem disse que se vive de passado?
E os pés começam a dar os primeiros passos,
Solitários, modestos, passos pequenos,
E nada mais importa... A vida não é morta,
E assim o grimório se enche das experiências,
Todas as já vividas pela falta de competências,
Mas eu sou o meu presente, minha intuição,
Sou até mesmo um pouco demente, mas tenho um coração.

No momento exato abri os meus olhos e enxerguei,
O velho espírito da humanidade me mostrou o que queria,
Libertou-me do meu passado, da sociedade e zombaria.
E me mostrou onde meus pés poderiam chegar,
Se eu andasse, se pudesse desejar,
E como sempre eu descobri que ninguém é um nada,
Todos estão ligados por uma estrada,
Meus anos 50, minha vida modesta,
Um amor maior pela vida que me detesta.
Tinham espíritos por todos os lados,
Minha intuição nunca ousou falhar.
Agora com meus passos já dados,
Aprendi o que se é realmente amar.

“Primeiro passo, um pé antes do outro,
E você do meu lado, eu aprendi a me amar,
Segundo passo, um pé antes do outro,
Sem mais nenhum passado, a vida é caminhar,
Terceiro passo, um pé antes do outro,
Eu posso superar os meus limites,
Quarto passo, um pé antes do outro,
Não preciso de opinião e palpites”,
Espíritos, espíritos sopram aos meus ouvidos,
Nada pode ser escondido, mas pode ser revelado,
Todos os meus sentidos, passado sempre será passado.
Não existe solidão, existe o amor e a música,
Mova-se, liberte-se, fascinação total e lúdica.

By: AyKe G42.

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