Desencanto
O homem desencantado,
morreu do erro de tentar se encantar.
Padecia da dor inerente dos corpos,
aquela dor que para uns é Deus,
para outros DNA,
mas para ele N.A.D.A...
Evaporava como o hálito soprado sabe-se lá de onde,
que chamam "tempo" em alguma enciclopédia digital.
Era a ruga do seu rosto de AMAR.Gura!
O homem temia a dor do esquecimento?
Temia a cicatriz na alma?
Talvez, o relapso de virar -1memória.
Absorvido. Resvalava-se na afirmação:
Futuro é frente, dando como certo.
Na falta do doce, comia caramelo em pó,
Lambendo os dedos
tentando não envelhecer com as feridas.
Dependia do Som, da vertigem, do embrulho no estômago:
- É errado tentar mais, é errado tentar menos?
ouvia o
N.A.D.A...
o silêncio de quando se está voltando sozinho,
em uma rua escura, com meia-luz,
sem sombra-forma,
sem céu estrelado - com muita nuvem no céu!
[e na cabeça]
o silêncio de quem entre tanta gente não tem 3G, 4G, 5G...
Não tem G! Só tem Ganância:
de querer sentir-se encantando,
por um segundo entre tantos segundos
pelo corpo-disforme-destino-qualquercoisa...
o silêncio do relógio,
de um celular sem bateria,
de uma alma parada em calmaria,
absorvendo do asfalto a leveza da fumaça
do tempo que não passa
do homem re-du-zi-do a:
pó.
By: Vinicius Osterer
Feito em 11 de Fevereiro de 2021
Pato Branco - PR.
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