Meia-noite da Peste
Chilingue, pedra de fogo
Cristal – que de[o]fende
Morde a cauda do dragão da noite,
Enluarado: deixando rastros e estrelas marrons.
Quem vem lá, tecendo o estreito fio da vida?
Murmúrios de grilos, açoitam o lombo maior
Cavalo arredio que entra no papel
Fazendo-se história:
De galope, em galope
Deixando a marca de inveja-soturna-soberba
DESAMOR.
- AH! – se escuta de bem longe!
Distante como os pés que no ar
Não tocam gotículas e nem a grama,
Etéreos beirando a cabeceira em fogo
Cristal – sorrindo para o besouro do teto.
Os cabelos de Cristal são escuros,
Transparecem como as estrelas sem céu,
Apenas noturno – apenas treva, em despedida...
- Adeus! Adeus!
E comovida deixa-se levar pelo cavalo,
Arredio e selvagem que entra no papel
Fazendo-se história:
Chilingue, Chilingue,
No relógio da torre deu meia noite.
Nua, transpasso meu corpo com um arpão
Abrindo sobre as costelas o peito:
- Incêndio! – gritam fazendo subir fumaça.
Cidade em chamas, não nego – padeço...
Enfim me esqueço?
Tropeço e caio, empesteada por inveja
Soturna
Soberba
Desamada.
E roubam a coroa destronando meu reino,
À cavalo trepidando
Com passos e chamas
Chamas e passos, me chamas:
- OH SIM PADEÇO!
Nos olhos de anticristo,
Vejo Cristal fazendo história:
De galope, em galope
Correndo para além da torre da igreja.
By: Amy Catacumba Waves
Feito em 28 de fevereiro de 2021.
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