g.IRA(S)SOL
cu, berrando alto na minha boca
do beijo latim ou grego engasgado.
meu corpo diáfano balançando na cadeira
costurando a mentira em efeito inclinado.
um traço de verso que inventei,
então girei e gritei e não parei.
Era o cu na minha boca.
a cadeira do quarto não era amarela.
era azul e inclinável. Ela disse:
“Peguei uma veia principal, me dê seu
outro braço!”
entreguei a minha vida para evitar o
cansaço.
lá fora tinha um girassol acabrunhado,
parado e estático refletido na janela.
na janela toda minha ira pousada sobre a
cadeira.
era uma ira de corpo fino e delgado. Ela
disse:
“Se ame seu bosta. Não vire as costas,
se dê por vencido!”
acabei adormecendo e convalescido.
lá fora o girassol era um texto de não
desista,
funcionou de alguma forma ou maneira.
o sol foi embora como a letra solta do
alfabeto,
com tempero e acompanhamento por
completo.
ele disse:
- em frente soldado...
a cadeira do quarto não era amarela,
mas evitou o pontiagudo da tesoura sobre
a pele
uniforme e lisa, cheia de pelos
desgranhado, com uma toca nos cabelos,
e um girassol refletido e invertido
funcionou de alguma forma.
cu, berrando bem alto
o beijo nem mesmo era grego,
era frio e em segredo
não era amarelo e nem era nada.
By: Vinicius Osterer
Feito em 13 de setembro de 2018.
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